Saca-rabos

Conhece uns bichinhos que se dão pelo nome de Saca-rabos? Pois bem, até à bem pouco tempo atrás não fazia ideia do que eram, mas para ser sincero, não os fiquei a conhecer da forma mais agradável. Já explico porquê...
Primeiro, vamos ficar a conhece-los melhor e para tal recorro ao sítio da Tapada de Mafra onde se encontra alguma informação sobre os bichanos e que transcrevo em seguida.

Breve descrição do saca-rabos (Herpestes ichneumon)

De corpo alongado e de patas curtas, esta espécie tem hábitos diurnos mas é de comportamento esquivo o que a torna de difícil observação. Frequentemente apoia-se apenas nas patas posteriores para melhor observar o que o rodeia.
É uma espécie carnívora que se alimenta basicamente de coelhos, roedores, aves, ovos e répteis.
Vive em grupos familiares formados pela progenitora, crias e juvenis (ninhada anterior).
A época de reprodução ocorre em Fevereiro/Março e após cerca de 84 dias, nascem as crias em número de 4 a 6.
Tal como os seus parentes africanos, o saca-rabos é resistente ao veneno das cobras.
Uma curiosidade, o saca-rabos apresenta a pupila horizontal, caso raro nos mamíferos.

Numa das minhas passeatas pelo Vilar de Ruivo, decidi ir até ao moinho do Vale da Ramada que nunca tinha visitado. E, aproveitar o facto de estar aberto para dar uma espreitadela e tirar umas fotografias. E assim foi, cheguei, tirei umas quantas fotografias por dentro e por fora do moinho. Subi uns degraus para tirar mais umas fotos à mó e à moega quando de repente me saem disparados dois saca-rabos de traz da mó. Curiosamente, quando fui ver as fotografias que tinha tirado, reparei que os tinha apanhado sem saber que eles lá estavam. Chegou para o susto, confesso, ver os dois bichos a saírem disparados porta fora. Fica a dúvida: quem se assustou mais? eu ou o saca-rabos? Eu tenho uma ideia de quem possa ter sido!
E agora ficam as fotografias destes dois "amigos"...




Mais informação sobre estes mamíferos pode consultada aqui.

Ponte da Atalaia

Entre o Vilar de Ruivo e Palhais existe uma ponte com mais de um século que atravessa a ribeira da Isna e que dá pelo nome de Ponte da Atalaia. Esta começou a ser construída no ano de 1889 e serviu para unir as povoações do Vilar do Ruivo e de Palhais. Num esforço conjunto dos habitantes de ambas as localidades, esta ponte de "configuração romana", ganhou forma e permitiu a travessia em segurança de pessoas, animais e "transportes de carga" (animais de carga, carroças e carros de bois).

Recentemente foi alvo de obras e foi aberta uma estrada do lado de Palhais que lhe permite um melhor acesso. Ao mesmo tempo, foi colocada uma pequena placa que indica o caminho para a "Ponte Romana". A meu ver esta designação foi infeliz e pouco correcta, uma vez que pode levar facilmente as pessoas a assumir que se trate de uma construção ou vestígio do Império Romano. De facto, a ponte apresenta uma "configuração romana" mas o inicio da sua construção remonta ao século XIX.
Penso, porém, que o nome atribuído se pode dever a esta ser conhecida ao longo de gerações por esse nome, no entanto, uma ponte que durante tanto tempo esteve esquecida merecia um nome mais rigoroso. É uma opinião.

No Verão de 2007, pelas três horas da tarde (que bela hora) e com a barriga cheia do almoço fiz-me à estrada com a minha bicicleta e fui ver a Ponte da Atalaia. Sim, quando cheguei a casa tinha a digestão feita e estava pronto para ir para o rio.



Para lá chegar fui pela estrada do lado de Palhais mas podia ter ido pela antiga estrada do lado do Vilar do Ruivo. Com maior dificuldade é verdade, mas que acabei por ir no dia seguinte. De seguida apresento algumas fotografias que tive oportunidade de tirar e que servem para me lembrar para ter juízo quando decido as horas em que vou andar de bicicleta.

Blog Action Day 08

À semelhança do ano passado é dada referência à iniciativa Blog Action Day. Este ano o tema é a pobreza. What Can One Person Do?


Reciclagem de Óleos Alimentares Usados

aqui foi referido o projecto Aldeia Biológica em que a aldeia do Vilar do Ruivo se encontra envolvida. Pode ler mais informações sobre esta iniciativa aqui e aqui.

Ambiente, reciclagem e reutilização são algumas das palavras de ordem deste projecto mas o que gostava de destacar é a recolha de óleos alimentares usados. Estes são periodicamente recolhidos de porta em porta. É uma boa iniciativa, e apesar de ser um pequeno grão de areia num imenso areal, pode servir para nos "educar" e sensibilizar.

Ora, com isto, pretendo falar de uma iniciativa semelhante, a nível nacional, levada a cabo pela AMI (Fundação de Assistência Médica Internacional), a Reciclagem de Óleos Alimentares Usados.


Pode ler o comunicado de imprensa sobre o projecto aqui e consultar também o próprio sítio da AMI para informações adicionais. De referir que é disponibilizada uma lista de restaurantes que aderiram à iniciativa e onde recebem as garrafas com os óleos alimentares usados.

Quem quiser pode ajudar na divulgação da campanha tendo para isso de pedir os materiais (folhetos, cartazes, ...) através do email reciclagem@ami.org.pt.

De uma perspectiva...

... ligeiramente diferente.

Bastante diferente, diga-se. Mas, no entanto, muito curiosa. A imagem, que mostra o Vilar do Ruivo, foi obtida através do sítio Live Search Maps. Confesso, que esta possibilidade e, refira-se, facilidade de observar o mundo visto de cima, provoca-me uma dualidade de sentimentos. O primeiro, é claramente de fascínio e curiosidade, dado o meu interesse sobre cartografia e geografia. O segundo é de apreensão à forma como estes serviços evoluem e que, julgo eu, se reflectirá, mais cedo ou mais tarde, numa perda de privacidade.

Primavera

Com umas curtíssimas mini ferias de Pascoa no calendário, aproveitei para ir ao Vilar do Ruivo ver a família e tirar algumas fotografias. Apesar do frio, que ainda faz bater o dente, a Primavera vai chegando ao Vilar.

Hora da sesta...

O nosso umbigo!

A título de curiosidade, coloco aqui uma notícia que guardo desde a sua publicação em 2004. Na altura guardei o link para a notícia mas dado o tempo que se passou já não é valido. No entanto, guardei os dados relativos à sua autoria e data de publicação.


Agora que releio a notícia não pude deixar de sorrir. Ora aqui fica…

Publicado no Publico em Quarta-feira, 05 de Maio de 2004.
Por Filipa Parreira, Lusa
Centro de Portugal Afinal Não Está em Vila de Rei

Vila de Rei orgulha-se há duzentos anos de ter no concelho o centro de Portugal, um cume com miradouro e loja de lembranças. Mas o centro do país está afinal a dez quilómetros dali, noutro concelho e noutro distrito. Concelho de Mação, distrito de Santarém. É ali, entre as localidades de Amêndoa e Arganil, que se encontra o centro geométrico de Portugal, segundo os cálculos do matemático João Filipe Queiró, da Universidade de Coimbra. O professor, do departamento de Matemática da Universidade de Coimbra, decidiu debruçar-se sobre o "umbigo de Portugal" depois de uma visita ao Cabo da Roca, onde se deparou com a venda de "diplomas" garantindo que os seus detentores haviam estado no ponto mais ocidental da massa euro-asiática. A exploração de locais turísticos tendo como principal atracção a sua singularidade geográfica "podia ser uma indústria", pensou, lembrando-se imediatamente do centro de Portugal. Constatou entretanto que o concelho de Vila de Rei já afirmava ter em seu território o centro de Portugal, um cume com miradouro, por onde se estima que passem entre três a quatro mil pessoas por mês, segundo Jorge Lopes, da câmara municipal. No entanto, é "abusivamente" que se diz que o centro de Portugal é no Picoto da Melriça, disse Gonçalo Crisóstomo, do Instituto Geográfico Português, acrescentando que ali se encontra, desde 1802, o centro geodésico do país, que não é necessariamente o centro geométrico. O centro geodésico é a "coordenada zero em termos cartográficos", o que significa que é a partir daquele ponto que se fazem as medições da cartografia nacional, reportando todas as restantes coordenadas àquela origem. Consciente da existência do centro geodésico, João Filipe Queiró dedicou-se então, a título de curiosidade, a estudar matematicamente o ponto onde se encontraria o centro geométrico do país, o que não foi fácil. "Num círculo ou num quadrado, o centro não levanta muitas dúvidas", diz Queiró, "mas num país é mais complicado". Por isso, o matemático dividiu o mapa do país em rectângulos cada vez mais pequenos, "usando depois fórmulas de cálculo integral e caindo em integrais duplos que se calculam usando o teorema de Green", explicou. Num cálculo paralelo, que levou à mesma conclusão, substituiu o mapa do país por um conjunto de triângulos que ocupam a totalidade do território continental, calculando então os centros de cada triângulo e de seguida o "centro dos centros". João Filipe Queiró concluiu, com uma margem de erro que lhe "parece pequena" mas que não quantificou, que o centro geométrico de Portugal não se encontra afinal no picoto da Melriça, perto de Vila de Rei, mas sim um pouco mais a sudeste, entre as localidades de Amêndoa e Arganil, já no concelho de Mação. No entanto, a sua conclusão não surpreendeu Jorge Teixeira Pinto, do IGP, que há cerca de quatro anos decidiu fazer um estudo semelhante. "Para a inauguração do Museu de Geodesia - instalado no Picoto da Melriça por protocolo entre a autarquia de Vila de Rei e o IGP - levantou-se a questão de saber onde seria o centro geométrico de Portugal", recorda. No entanto, diz Teixeira Pinto, "ninguém pode afirmar peremptoriamente onde fica o centro", já que os cálculos dependem da escala a que são feitos e é impossível fazê-los a uma escala de 1:1. Assim, e não havendo uma determinação legal que estipule onde fica o ponto central do país, Vila de Rei pode escrever no seu "website" que o concelho se situa "precisamente no centro geográfico do país"; pode continuar a receber milhares de visitantes por mês e a vender miniaturas do picoto a todos quantos queiram mostrar que já estiveram no "umbigo de Portugal".
“E esta, hein?”

Moinho do Torno

Perto da "nova" ponte que vai para Palhais, na Ribeira da Isna, encontra-se o moinho conhecido como o moinho do Torno.

O açude:
A levada:
O interior do moinho:
A moega:
A mó:
A seteira:
O moinho:

A barqueira

Na passada segunda-feira, dia 11 de Fevereiro, no Jornal da Noite da SIC foi exibida uma reportagem especial intitulada A última barqueira. A reportagem conta a história de uma habitante de Fernandaires, aldeia situada a sensívelmente 3Km de Vilar do Ruivo. Esta habitante de seu nome, Margarida Luís, apelidada na peça de "última barqueira", foi responsável, durante mais de 30 anos, pela travessia de pessoas entre as margens da Ribeira da Isna. Após o enchimento da barragem de Castelo de Bode na década de 50, formou-se um enorme lago artificial. O leito da ribeira subiu e casas, plantações, moinhos, etc, desapareceram debaixo das águas. As margens alargaram e Margarida pegou nos remos...

Fica aqui a reportagem na integra. Um testemunho muito interessante e a ouvir com atenção.


Ó barqueira! Ó barqueira!

Moinhos

Inicio, a partir de hoje, uma série de posts sobre os moinhos existentes no Vilar do Ruivo que insistem em resistir ao tempo. Começo por deixar pequenas notas e definições relativas ao tema.

“… existiam no Vilar do Ruivo (…) dez moinhos de água e um de vento, todos de pequena capacidade. Cada um pertencia a várias famílias….
Dos moinhos de água, dois no Porto Ruivo e um junto à foz da Ribeira do Corcamim, ficaram debaixo de água após o enchimento da Barragem do Castelo de Bode em 1951. O do Serrim de Ouro já estava desactivado na altura do “afogamento”. Ainda na Ribeira da Isna, há também um no Torno que hoje já não trabalha. Na Ribeira do Vilar há os moinhos do Vale da Ramada, do Cunqueiro (ou Ponte), do Lagedo (ou Carpinteiros), dos Castanheiros (ou Cascas), que ainda hoje estão operacionais e desactivado há o moinho do Tonho Lourenço.”
in Apontamentos para a História do Vilar do Ruivo
  • Açude: são muros de pedra que servem para reter, elevar e desviar a água dos rios e para a conduzir, através da levada ao moinho. Por isso o açude está sempre a um nível mais elevado que o moinho, para que a água ganhe a energia necessária para movimentar o rodízio.
  • Levada: canais de irrigação ou canais que podemos encontrar junto à margem de pequenos rios, cuja função é desviar e represar a água para garantir a força suficiente à impulsão do rodízio.
Este esquema foi retirado de outro site. Aqui...